quinta-feira, 7 de junho de 2012

Iniciámos o Caminho - 1ª Etapa Lisboa - Santarém [110 Km]

Finalmente chegou o muito aguardado dia e iniciámos o tão desejado Caminho e embarcámos nesta cruzada, depois de alguns meses de treino e de muita conversa acerca desta aventura que é fazer o Caminho Português de Santiago. Escolhemos fazer o Central, talvez por ser o mais conhecido mas também o mais complicado. Serão cerca de 700 kms de muito esforço, audácia, persistência, dedicação, companheirismo e muita aventura. O que nos move ? Não sei, são um conjunto de sentimentos e valores interiores que cada um leva consigo, mas isso fica para outro post numa outra secção aqui do blog, onde o Nuno por ex. já colocou algumas palavras. A ler.

Mas vamos ao que interessa, o dia amanheceu algo cinzento, e o despertador tocou às 06h50 para a alvorada, tendo eu dormido apenas umas magras 3h :( , muito pouco para quem iria fazer cerca de 100 kms em cima de uma bicicleta, mas existiam preparativos de última hora a ultimar e carregar a mochila tornou-se uma odisseia :) . Não queremos levar algo desnecessário, mas também temos receio de não levar determinada peça de roupa ou objecto que nos venha a
fazer falta. Bem sei que não vamos para uma expedição à Antártica, fazer
estrada Pan-Americana até à Patagónia (bem que gostava :) ou fazer os trilhos dos Himalaias, estaremos bem perto de casa e qualquer coisa que precisaremos, facilmente a poderemos adquirir. Mas de facto arrumar a mochila tem muito que se lhe diga e depois de muito tira e pôe (algo estranha esta afirmação) lá consegui fechar a mochila, que vai à "pinha", e com cerca de 8kg já com o reservatório de 2lts abastecido. É obra.

Tínhamos combinado encontrarmos-nos junto da Casa dos Bicos em Lisboa (local também ele muito estranho para um encontro, aliás coisas estranhas não deverão faltar nesta epopeia), sede hoje da Fundação Saramago, pelas 09h00. Chegámos de bicicleta, depois termos apanhado vários meios de transporte, barco, comboio e carro. Não deixa de ser engraçado :). Depois dos cumprimentos habituais e da comparação inevitável dos pesos das mochilas, cada uma mais cheia que a outra, dirigimo-nos à Sé Catedral de Lisboa, local escolhido para o início do Caminho, onde colocámos o primeiro carimbo na Credencial de Peregrino. Também já lá se encontrava um amigo do Nuno que lá foi propositadamente dar-nos uma abraço e desejar-nos um "Buen Camiño".

Saídos da Sé e a pedido de muitas "alminhas", uma delas do nosso "mui" amigo e colega de trabalho Rui Cachorreiro, que mais tarde fará a amabilidade de nos ir buscar a Compostela, passámos pelo nosso local de trabalho, onde uma comitiva de honra nos esperava, com tacos de basebol, pedras, objectos cortantes e tomates (esta última parte é mentira) atiraram-nos apenas pedras :) . Foi uma força que agradecemos. Muito obrigado Malta :)

Antes disso e com apenas 2 kms feitos, a 1ª peripécia, em plena Av. da Liberdade, o Hélio furou, incrível :). Meses a pedalar em trilhos e nem um furo e agora em plena avenida...
Trocada a câmara de ar, depressa estávamos a pedalar por Lisboa em direcção à zona da Expo onde apanhámos a marcação do Caminho, que diga-se de passagem está muito bem assinalado, pelo menos não tivemos qq problema nesta primeira etapa. Basta no entanto ir com alguma atenção pois algumas setas e marcos por vezes estão tapados com ervas.

Sempre a rolar, fomos passando por Sacavém (onde fomos visitámos um amigo, que possui uma loja nesta zona, a J Valentim) onde voltámos a carimbar a credencial. Seguiram-se os trilhos do Trancão, (já nossos conhecidos), Póvoa Sta Iria, onde comecei a notar que a partir do 5º carreto, as mudanças saltam, pois a corrente é nova e certamente uma afinação do desviador resolverá o problema.

Seguiu-se Alverca, Alhandra e Vila Franca de Xira, onde aproveitei para ir buscar o meu relógio Polar, que me tinha esquecido, pois coloquei a "cinta" mas nunca mais lembrei do relógio. Foi a adrelalina de saír de casa :). Aproveitámos para carimbar também nesta "minha" cidade a credencial, neste caso na Sta. Casa da Misericórdia de VF Xira, onde fomos muito bem recebidos.
Alguns de nós ainda aproveitámos para comprar umas bandeiras de Portugal na loja do Chinês, para mostrar o nosso patriotismo :)
Já estávamos com cerca de 40 kms, eram 14h, íamos aproveitando para comer algumas barras, géis, que a fome apertava. Dirigíamo-nos a Valada, já depois de termos deixado Castanheira, VN da Raínha e Azambuja para trás. Em Valada deliciámo-nos com uma bela bifana a que a Dona Rosa já nos habituou em voltas anteriores. Soube que nem ginjas, parecia um bife suculento e deu para confortar o estômago. Os kms íam pesando e já estávamos com cerca de 80 nas pernas. Até ao final desta etapa ainda faltavam 20 e mais uns "picos"

Passados vários campos agrícolas e com muito estradão de terra à mistura chegámos à tão almejada subida de Santarém que nos levaria ao centro da cidade. É uma pequena subida, que nesta altura do campeonato com 100 kms nas pernas e com 8 kgs de peso ás costas, parece uma autêntica parede, e faz mossa.

Chegados são e salvos (e esta primeira etapa já ninguém nos tira) dirigimo-nos aos bombeiros da cidade onde um quarto com beliches e um banho de água quente nos aguardava :). Foi uma delícia. Hoje haverá mais, digo hoje porque comecei a escrever este post às 05h20 da manhã e já são quase 07h00. Tive uma insónia ou pancada para escrever o que me vai na alma. Isto de escrever inteiramente o post no iPhone é obra. Vou dormir mais um pouco. Até já.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

8º Treino: Montejunto


15-04-12 De volta à Serra de Montejunto para mais um excelente treino cheio de subidas e descidas. Paisagem do melhor, frio e chuva também :) Espectáculo!...volta intensa de preparação para o caminho.
Montejunto, outrora centro fornecedor de gelo à realeza é hoje um dos locais elegidos para caminhadas (existe um circuito marcado) e um excelente local para percursos de BTT. Existem diversos trilhos e estradões desde o sopé da serra, por entre eucaliptais, pinheiros, arvoredo diverso, pedras etc sendo preciso apenas que nos aventuremos algumas vezes para os descobrir. É isso que temos feito, apesar de percorrer esta serra várias vezes por ano e de já conhecer alguns dos trilhos, consigo sempre descobrir algo de novo. A diversidade é imensa e há muito para descobrir, por onde andar.
Combinámos saír cedo de casa, para que possamos terminar também mais cedo o treino. Hoje iríamos ter novamente a presença do Hélio, após 2 semanas fora dos nossos treinos.
Arrancámos os 3 de Vila Franca de carro debaixo de uma chuva miudinha em direcção à localidade de Abrigada, no entanto na rotunda de Alenquer decidi ir em direcção a  Meca primeiro para mostrar ao Hélio uma parte do percurso da semana passada e para que na serra de OTA (aproveitanto que ía de carro) descobrir mais alguns trilhos que se pudessem ver a partir da estrada.
Detectámos vários e numa próxima oportunidade serão explorados, desta vez já de bicicleta.
De seguida, dirigimo-nos em direcção à escola da Abrigada, local onde normalmente deixamos as viaturas... e a chuva miudinha continuava a caír. Estava visto que iriamos ter uma volta molhada e certamente abençoada. Partimos rapidamente da escola após uma aberta, pois a chuva já não caía com tanta intensidade e estava praticamente a parar e nesse sentido iniciámos a subida ao contrário da anterior volta que tínhamos efectuado há semanas atrás (para não ser sempre igual :) ), passando em frente da Quinta da Abrigada e voltando à esquerda em direcção ao estradão que nos levaria a meio da serra junto a um pequeno aglomerado de casas, que logo a seguir começaríamos a descer novamente até Cabanas do Chão. Nesta aldeia, iniciávamos nova subida, praticamente desde o sopé até ao alto da serra. É duro, mas sabe bem, ar puro...e a chuva teimava novamente em caír...vamos apanhar molha na certa, pensava eu. Após esta subida que contém várias secções, algumas das quais com alguma inclinação, chegámos ao desfiladeiro que é um dos locais que mais aprecio na serra, onde o caminho começa a ser um pouco mais técnico, cheio de pedra solta e lascada.
Junto à casa do guarda, encontrámos vários elementos de equipas de freeride/enduro que provavelmente iriam descer uma das vertentes da serra.
Após este episódio, entrámos no alcatrão até ao cruzamento para a aldeia de Montejunto. Tínhamos pensado em não ir propriamente até às antenas devido ao mau tempo que se fazia sentir, uma vez que já estavámos algo molhados e como já fomos anteriormente várias vezes às antenas, não fazia sentido lá voltarmos. Não iríamos no entanto desistir já do nosso "track", até porque ainda era cedo e pretendíamos fazer mais alguns kilómetros e então iniciámos a descida por estradão/trilhos até S. Salvador.
De facto é uma enorme descida até esta localidade, e só de pensar que já a subimos na outra vez ;) até tremo :) . Chegados aqui era para nos dirigirmos a Abrigada por estrada de alcatrão, mas como não quero que falte nada ao Hélio, resolvemos ir por estradão e trilho e aventurar-nos a descobrir novos caminhos, que foi o que aconteceu :) e em pouco mais de meia-hora estávamos no local de partida e com novos trilhos no GPS.
Montejunto, tem muita potencialidade e bastante por onde escolher e com diversos tipos de terreno, para todos os gostos. Em suma, um espectáculo!
É de facto um dos meus locais de eleição para a prática desta modalidade e todos os meses tento passar por lá.
Para a semana há mais, até lá, boas pedaladas!



sábado, 14 de abril de 2012

7º Treino: VF Xira - Meca/Ota


08-04-2012 Acordámos cedinho, e apesar de ser domingo de Páscoa, ás 07h30 já estávamos a rolar para fazermos mais um treino, desta vez em direcção a Ota, para desfrutarmos da sua magnífica serra, que apesar de a conhecermos muito pouco, se revela como um excelente "spot" para a prática de BTT, onde neste caso, podemos desfrutar de algumas descidas com algum grau técnico.Iniciámos mais um treino em Vila Franca de Xira (o Nuno está fan dos trilhos que por aqui abundam) e não se importa de vir até cá. Subimos em direcção à Loja Nova onde fizemos um trilho que apesar de pequeno, nesta altura do ano é espectacular e depressa chegámos às Cachoeiras. A partir daqui foi um subir constante na zona dos Casais da Marmeleira em direcção a Alenquer onde aproveitámos a descida que nos leva à estrada que liga Alenquer a Torres Vedras.Nesta estrada virámos à direita em direcção a Meca e voltámos novamente a testar as pernas na subida que nos levou a Canados e Bogarréus. Um vez no alto da serra da Ota, efectuámos um trilho sempre a descer a

abrir onde não conseguia ver sequer o caminho tal era a adrenalina. Findo este trilho, entrámos noutro de seguida, um singletrack bastante mais técnico que o anterior com muita pedra solta que nesta altura do ano está coberta de algum musgo e bastante escorregadia, uma vez que as árvores estão muito juntas e quase não deixam entrar raios de sol nesta zona. Findo este singletrack, aparece uma ribeira muito engraçada, vinda sei lá de onde. Muito giro!.A volta estava a ser bastante rápida com o andamento que o Nuno estava a impôr e passada a aldeia de Ota, atravessámos a estrada nacional e entrámos num estradão já nosso conhecido que nos levaria a Vila Nova da Raínha. Este estradão é bastante plano e é sempre a rolar sem dificuldades onde apenas ouvimos o barulho dos pneus e o chilrear dos pássaros, de facto a Primavera é fantástica. Pausa em VN Raínha para comermos uma barra de cereais e bebermos algo e seguimos viagem até Vila Franca, desta vez sempre por alcatrão e novamente fazendo uma parte do percurso do Caminho de Santiago, pois esta zona, faz parte integrante do Caminho Português.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

6º Treino: VF Xira - Valada - Salvaterra de Magos

01-04-2012 O dia amanheceu chuvoso, mas nada fez para que ficássemos na "caminha". Era hora de levantar para mais um treino e quem corre por gosto não cansa :)

O tempo mudou desde a última semana e a chuva e um pouco de vento instalou-se. Hoje iríamos também fazer uma pequeníssima parte do
percurso do Caminho Português de Santiago, entre Vila Franca de Xira e Valada que serviria também para vermos as marcações, treinar a visão em relação às sinalizações, que diga-se de passagem estão excelentes nesta parte do caminho, muito bem sinalizado, com placas instaladas
pela Câmara de Vila Franca de Xira (na zona pertencente a este concelho), identificando quer o Caminho de Santiago quer o Caminho de Fátima e setas amarelas pintadas em muros
, postes e ainda os marcos de cimento colocados pelo Centro Nacional de Cultura, num projecto apoiado pela Secil e Bonança, que fez com que não existisse qualquer dúvida no percurso a efectuar. Muito bom, oxalá o restante caminho esteja tão bem identificado quanto aqui.

Depressa estávamos a caminho da Azambuja e depressa começámos a levar com "água", pois a chuva miudinha, passou a um chuvisco mais intenso e tivemos que parar debai
xo de uma paragem de autocarro, para que não ficássemos totalmente encharcados. O problema aqui é que estávamos também a arrefecer e não estava a ser nada agradável. No entanto o S. Pedro deu-nos uma trégua e 10m depois voltámos ao asfalto e a partir daqui, chuva praticamente nem vê-la.

Na recta a seguir à estação da Azambuja, já
em direcção a Valada, tinha nos meus apontamentos que a seguir à ponte sobre um dos afluentes do Tejo, existiria um estradão por entre os campos de cultivo (que acaba por cortar algum percurso em relação ao que teríamos que percorrer por asfalto) com as respectivas marcações. E estava correcto, logo a seguir à ponte, eis à esquerda o estradão com o marco do CN Cultura e a respectivas setas ;)

Passei tantas vezes por aqui, que nunca reparei nem no marco nem nas setas ;)
Chegádos a Valada, ao café de paraem habitual, nada como uma bifana e uma "Mini" para aquecer e recompor o estômago.

Saída em direçção a Santarém, mas para nossa pena, teríamos que deixar o restante percurso do Caminho para o dia 06 de Junho, e no cruzamento junto à Ponte de Muje virámos à esquerda em direcção à respectiva ponte, pois caso fossemos em frente seguiríamos até Santarém.

Tens vertigens ? - perguntei ao Nuno. Em cima da ponte na escapatória para peões e ciclistas vamos sempre junto ao separador numa espécie singletrack metálico e convém não tirarmos os olhos da estrada, com o perigo de embatermos e passarmos por cima do varandim.
A partir daqui foi sempre a rolar com velocidades de na ordem dos 32km/h sempre a dar-lhe, e o Nuno sempre a puxar e eu colado à sua roda, aproveitante o seu cone de vento :) :).

A chegar aos semáforos de Marinhais, voltámos à direita e fizemos um pouco de estradão e trilho até Salvaterra, que bom sentir o ar fresco e limpo em contraste da estrada nacional que tínhamos acabado de fazer.
Em Salvaterra parámos para repôr calorias junto do restaurante Cabana dos Parodiantes, com gel, barra e banana para confortar o estômago.

De seguida dirigimo-nos pela estrada nacional até à ponte de Benavente, onde no cruzamento antes apanhámos a chamada estrada do campo que liga esta localidade a Vila Franca e onde praticamente não existe trânsito e foi sempre a rolar, onde ainda tivemos oportunidade de fazer algum estradão
dentro da Lezíria ribatejana (pois virámos numa das entradas para os campos agricolas e valas do Tejo) que nos levou até mesmo à ponte Marechal Carmona em Vila Franca de Xira.
Em suma, foi um excelente treino, com bastantes kilómetros e que se assemelha muito à primeira etapa que iremos fazer aquando do Caminho, que ligará Lisboa a Santarém e que contará praticamente com os mesmos kilómetros desta volta - 83Km.

terça-feira, 27 de março de 2012

Alforges, Mochilas ou Atrelado?


Parece-me uma escolha bem difícil.
Quando pensei em fazer o Caminho, uma das ideias que sempre tive foi levar um atrelado, não me apetecia levar nada às costas, com receio do aquecimento que as mochilas podem provocar e o consequente suor a escorrer, que se poderá traduzir num elevado desconforto para quem pretende efectuar cerca de 700Kms. Em relação aos alforges, pelas noções que tinha, estes desiquilibram muito e é necessária alguma habituação.

Inclinava então mais para o reboque não sei bem porquê, cativava-me a ideia de levar um "apetrecho" com a carga e poder pedalar livremente, mas ao mesmo tempo sabia que nas subidas mais técnicas iria ser complicado. Fartei-me de ler, acompanhar blogs e fóruns acerca do assunto e vi várias hipóteses no mercado como o Extrawheel que deve ser fantástico, com roda 26 e que me parecia o mais adequado em termos de preço/qualidade. Existem outros como o monoporter da Weber que tam
bém é interessante, mas com um valor mais elevado, assim como o Yak ou o Ibex da B O B.

No blog de um casal português - 2numundo que se encontra a fazer o percurso entre Ovar e Macau em bicicleta - projecto Eurásia, podem ver as dicas sobre atrelados para bicicletas, uma vez que eles utilizam 2 de uma das marcas acima descritas. Podem ler aqui.

No entanto, continuava indeciso, e na Festibike de Santarém, contactei também alguns importadores de alforges de marcas conceituadas no mercado como a Ortlieb, a Vaude etc, mas também tornava-se complicado, até porque a minha bike é de suspensão total e poucos suportes são adequados, devido à suspensão traseira que possuo ser do tipo monopivot. Uma das hipóteses era a do suporte no espigão, mas depressa fugi dessa ideia, devido às histórias que fui lendo e ouvindo.
Assim teria mesmo que optar pelo atrelado ou pela mochila. Após o conselho de um amigo que já anda nestas andanças há algum tempo, com o Transportugal, Caminho Português, Francês e os Pirinéus no currículo, indicou-me que para este trajecto, uma mochila de boa qualidade, com bastante entrada de ar, entre os 20lts e os 30lts seria suficiente. Optei então pela escolha da mochila em detrimento do reboque, até porque a diferença de valores entre ambos é alguma, e a troika anda a apertar o cerco. Um dos meus colegas nesta aventura, o Nuno Abreu, já me tinha dito que pretendia levar também uma mochila e que esta lhe parecia a melhor hipótese.

Dito e feito, e iniciei a pesquisa para a escolha da mochila. Preferia gastar mais alguns euros, mas adquirir um produto que tivesse alguma qualidade e que fosse confortável acima tudo. Existem diversas ofertas no mercado, mas optei pela mochila da Osprey, marca Norte-Americana e com provas dadas neste meio. A escolha recaiu no modelo Escapist de 25Lts, que me parece que seja o ideal para uma utilização de vários dias, durante esta Odisseia. Ainda não a vi "ao vivo", mas pelo que apurei é uma mochila fantástica, com uma base rigída nas costas com diversas entradas de ar assim como na zona de aperto na cintura. Possui ainda diversas bolsas, interiores e laterais, úteis para acesso rápido ao telemóvel e a barras energéticas. No interior podemos ainda encontrar uma bolsa separada para o reservatório de água (adquirido à parte, pode ser de 2 ou 3 Lts dentro da mesma marca). Existe ainda um opção para juntar o capacete, que será muito útil para quando terminarmos cada etapa e ainda espaço para a colocação de luzes de sinalização. No caso de começar a chover, poderemos utilizar a capa de chuva que se encontra no fundo da mochila.
Em resumo, espero ter efectuado a melhor opção, mas com certeza que só o conseguirei dizer no final.

Aguardo esta semana a chegada da mesma. Estou em "pulgas" :)

De qualquer forma com este post, não pretendo induzir ninguém em erro , pois o que poderá ser o ideal para mim, poderá não ser a melhor opção para outros. Provavelmente ainda vos confundi mais na hora de optarem, mas faz parte ;)...aconteceu-me a mim!

Com uma escolha ou outra, o que é importante é sentirem-se bem e avançarem para o Caminho, quer seja com mochila, alforges ou atrelado.

Vemo-nos lá.



5º Treino: VF Xira - Águas Férreas - Castanheira

25-03-2012 - Mais uma bela jornada de preparação para o Caminho, apesar dos poucos kilómetros efectuados (não chegaram a 30) em virtude de um de nós ter que estar mais cedo em casa e eu conhecedor exímio do percurso, enganei-me algumas vezes :). No meio do eucaliptal todos os estradões/trilhos são iguais, apesar de ainda termos feito algumas "paredes". O combinado era efectuar alguns kilómetros para ganharmos resistência e endurance e tínhamos pensado em rolar um pouco até Valada do Ribatejo, mas antes pensei em aquecermos os músculos neste local, o que acabou por se traduzir num fiasco e nos atrasar, e Valada ficará provavelmente para a semana.

Iniciámos em Vila Franca, passámos pelo meio da cidade e dirigimo-nos a uma povoação chamada - Povos, onde iniciámos a subida até à serra, passando pelo meio de quintas e quintinhas que proliferam naquela zona, chegando rapidamente a um eucaliptal que mais parece um labirinto com zonas de sobe e desce e com alguns estradões onde podemos acelerar.

No verão sabe bem andar por estas paragens, pois os eucaliptos bem juntos, quase não deixam entrar o sol, fazendo com que os trilhos sejam percorridos sempre com sombra abundante.

Estava tudo a correr bem, quando no eucaliptal, resolvi efectuar a descida de um trilho (erradamente) que nos levou a uma subida ainda maior e de difícil "escalada".

Logo a seguir, pensando que estava ultrapassado este erro de percurso, novo engano agora ainda pior, pois a alternativa era voltar para trás ou saltar uma rede. Escolhemos a última opção, que tornou numa excelente decisão, apesar de termos descido com as bikes "à cabeça", fomos dar ao final do trilho que pretendia , menos mal.

Logo a seguir, subida de um singletrack em Castanheira, que nos levou ao cimo de outra serra, onde podemos contemplar as lezírias ribatejanas. Descida efectuada a abrir e chegámos aos Cadafais onde passámos por uma ponte antiga e iniciámos uma nova subida, desta vez até à Loja Nova, onde exaustos, bebemos umas "minis" quero dizer Isostares ;) para recompor os açucares.

Daqui até Vila Franca foi um pulo, quero dizer pedalada, e acabámos a voltinha cedo. Para a semana terá que ser a dobrar para compensar. Estamos a entrar em Abril e já falta pouco.

sábado, 24 de março de 2012

Um filme a ver: "The Way" de Emilio Estevez com Martin Sheen, EUA 2010

Sinopse: Tom é um médico americano que viaja para França para recuperar o corpo do seu filho Daniel, morto numa tempestade enquanto fazia o trajecto “El Camino de Santiago”, também conhecido como ” The Way of Saint James”, ou “O Caminho de Santiago”.

Levado pela sua profunda tristeza e pelo desejo de compreender melhor o seu filho, Tom decide deixar a sua vida californiana vazia para trás e embarcar numa peregrinação histórica, numa combinação de luto e homenagem a Daniel, fazendo o percurso do seu filho no “Caminho de Santiago”.

Durante a peregrinação, Tom encontra pessoas de várias partes do mundo (e três em particular), todas sofrendo e à procura de um significado maior nas suas vidas. Durante “O Caminho”, Tom descobre o significado de uma das últimas coisas que seu filho lhe disse. Há diferença entre a vida que vivemos e a vida que escolhemos.

"It is never too late to find The Way"

terça-feira, 20 de março de 2012

4º Treino: VF Xira - Pedreira (Alhandra)/Á-de-Barriga/Freixial

18-03-2012 - Marcámos desta vez o encontro em minha casa, para mais um treino de BTT, sempre com o caminho de Santiago em mente.

De facto, a contagem dos dias para iniciarmos esta jornada é uma constante e é uma opinião partilhada por todos. Queremos partir, queremos iniciar este desafio, queremos ir ao encontro da aventura, ultrapassar obstáculos e dificuldades e acima de tudo divertirmo-nos e desfrutarmos ao máximo desta 'caminhada' em bicicleta.

Bom, voltanto ao treino, que é disso que estamos a falar, foi um treino durinho q.b que não fica nada atrás do da semana passada em Montejunto, inclusivé teve mais acumulado, tais foram as subidas e descidas que efectuámos.

Quando o Nuno e o Hélio chegaram, caíam alguns pingos de chuva, nada que nos preocupasse. Arrancámos nas màquinas e após uns curtos km's em alcatrão depressa começámos subir por estradão em direcção à pedreira da Cimpor em Alhandra.

Depois do estradão, o trilho passava por entre uns pinheiros e fechava um pouco (mto giro) e ouvia-se bem o vento, sinal de estarmos no cimo da serra em plena linha de torres, zona de defesa contra as forças napoleónicas.

Começámos a descer um pouco e o Hélio lembrou-se de 'ir às urtigas' experimentar o tapete cheio de cardos. Queda ligeira com pequenos riscos no cromado, nada de mais. Foi tirada a bela da foto para mais tarde recordar.

De seguida fizemos o trilho de descida até Á-dos-Melros, com algumas partes técnicas, sempre a rasgar e a largar travão. Adrenalina total neste troço. Do melhor :)

Voltámos ao alcatrão fazendo a nacional que liga Alverca a Arruda, mas em Á-de-Barriga entramos de novo em estradão numa subida que nos levou ás eólicas, onde poderíamos avistar a Serra da semana passada. Daqui adiante foi um sobe e desce constante até chegarmos a Vila de Rei, com bonitas paisagens a acompanhar e onde desfrutámos de uma descida com bastante inclinação que colocou à prova a nossa destreza, onde obtivemos nota máxima. Passámos ainda num pequeno single junto a um rio que nesta altura apresenta-se seco, numa zona densa e verde. Muito giro.

Após Vila de Rei, chegámos à Bemposta, que nos levaria a mais uma subida, desta vez de uma vinha e que senhora vinha, uma parede que mais parecia uma subida dos Alpes. Depois de uma subida, existe sempre uma descida (ou não) que neste caso era um singletrack fabuloso, bastante fechado, que fizemos sempre a abrir e que nos levaria ao Freixial.

Após esta etapa era hora de regressar, pois estava a ficar tarde e foi sempre a rolar até Vila Franca, passando por Bucelas, Zambujal, Vialonga, Alverca e Alhandra.

Foi mais um excelente treino, de 62km com passagem por vários tipos de terreno e de dificuldade e com um acumulado de cerca de 1500 mts, que vai colocando à prova a nossa resistência.

Para a semana há mais e estamos cada vez mais perto de iniciarmos a nossa odisseia. Junho é já ali à esquina.

Até já.

domingo, 11 de março de 2012

3º Treino: Abrigada-Serra Montejunto-Abrigada






11-03-2012 - Hora de encontro marcada para as 08h00 na Galp de Vila Franca de Xira. Fizemos o trajecto de carro até à Abrigada. Presentes: César Bernardo, Nuno Abreu... e... Hélio "Absalom" Primo :)

O ponto de partida seria na escola da Abrigada e o objectivo era subir a Serra de Montejunto até às antenas... :)

De facto, foi mais um dia excelente para a prática de BTT e mais um treino para a "caminhada" até Santiago que pretendemos efectuar. E que treino ;)

Desta vez, apesar de conhecer bem a Serra de Montejunto, optámos por seguir um "track" de cerca de 40Km do nosso amigo José Pedro Abreu, homem habituado a estas lides, com os caminhos Português e Francês de Santiago no currículo e algumas passagens pelos Pirinéus - é obra. Obrigado Zé.

Arrancámos da Escola da Abrigada como indicou o Nuno, mas em vez de seguirmos directamente para a Serra fomos dar uma "pequena volta" ;) pelos arredores, para aquecer e que aquecimento!

Começámos com uma pequena subida em alcatrão e quando demos por isso estávamos em pleno eucaliptal - brutal! Uma excelente forma de começar... num sobe e desce constante e por vezes com algumas zonas mais planas, com alguma areia à mistura, mas muito gira e agradável para pedalar os primeiros kilómetros, com zonas de sombra em praticamente em toda esta parte do percurso.

Apesar de alguns enganos em alguns dos trilhos, devido sobretudo a ser "maçarico" ;) na utilização de uma aplicação GPS no iPhone, mas que é fantástica e que leu muito bem o track importado, fomos sempre dar ao trilho proposto e facilmente chegámos aos locais pretendidos.

Depressa chegámos a São Salvador (zona Oeste da Serra para quem parte da Abrigada) que nos brindou com uma bonita subida de alguns kilómetros e que com o calor que se ía fazendo sentir, ia complicando a nossa tarefa. Mas com espírito de sacrifíco e muita vontade lá fomos nós ultrapassando cada obstáculo.

Após estas "paredes" de estradão de São Salvador, chegámos à estrada de alcatrão que liga Abrigada ao cimo da Serra, que após o cruzamento para Pragança, apareceu vinda sabe Deus de onde, a graciosa "parede", desta vez de alcatrão que nos levou até às antenas (objectivo principal desta volta).

Descida rápida a abrir até à aldeia de Montejunto (junto à Base da Força Aérea) e aí estamos nós a beber a bela da Mini que soube que nem ginjas!!! :)... Não pudemos abusar, pois ainda tínhamos que fazer a descida a partir deste patamar :)

Voltámos a apanhar novamente alcatrão, uma subida, de seguida nova descida e rapidamente estávamos de volta ao estradão, passando antes uma secção mais técnica (para testar a habilidade da malta) que passámos com distinção ;)

A partir daqui, foi sempre a serpentear a Serra, com paisagens brutais, sempre com muita pedra a acompanhar e desfiladeiros brutais, que de resto já conhecia, mas que fez as delícias do pessoal.

Final de etapa, chegando à Vila de Abrigada após descida de um longuíssimo estradão a abrir.

Foi um percurso duro com cerca de 40Km, mas que a malta aguentou e já estamos prontos para outra!!!:)

quinta-feira, 8 de março de 2012

2º Treino: Sintra "A Meca do BTT" :)





















04-03-12 - Hora de encontro marcada para as 08h30 na Lagoa Azul.

Eu já não andava em Sintra há cerca de um ano, o César também, portanto, os nossos comentários mais habituais foram "Isto é lindoooooooooooo" ou "Brutaaaaaaaalllll", Sintra é realmente um autêntico delírio para quem gosta de pedalar com ar puro e desfrutar de paisagens únicas.

Para este treino tínhamos como objectivo fazer essencialmente subidas para testarmos as "canetas". Começámos por fazer um trilho desde a Lagoa Azul em direcção à Peninha, foi quase sempre a subir até encontrarmos 2 “singletracks” que nos encheram as medidas.

O 1º era técnico e fluído, muito bom… o César esteve imparável neste “singletrack” sempre em alta-rotação.

O 2º “singletrack” foi-nos indicado por um “BTTista” e basicamente é um túnel natural no meio da vegetação, simplesmente fantástico, feito a “rasgar”.

E lá continuámos sempre em direcção à Peninha, sempre a subir… subida dos Monges, Peninha (com direito a foto, que vista!), saímos da Peninha e fizemos um “singletrack”a descer e outro a subir… e este foi duro, parecia uma parede! No final da subida ainda deu para falar um bocadito de brasileiro com um amigo “BTTista”… lollll.

O resto do percurso foi pela estrada dos Capuchos, Pena, Castelo dos Mouros, S.Pedro Sintra e de volta à Lagoa Azul.

Foi um excelente treino de 34,02Km, marcado por GPS, embora nos nossos “conta Km” marcasse 40,2Km!